Resolvi fazer esse post, pois acho que temos que ter conhecimento não só sobre a doença artrite reumatoide, mas principalmente sobre os medicamentos que tomamos. Atualmente muitos médicos estão utilizando medicamentos biológicos para o tratamento da artrite reumatoide, como no meu caso. Eu já usei por dois anos o Humira (adalimumab), mas parei de usar porque não estava mais fazendo efeito. Depois passei para o Enbrel (etanercept), mas, pra mim, não deu muito certo. A fase de ataque acabou comigo, vivia com aquela sensação de resfriado, com o corpo todo dolorido. Então, passei para o Cimzia (certolizumabe), que foi tudo de bom!!! Mas, depois de pouco mais de um ano de uso, provocou uma tuberculose nos meus pulmões e ovários. Agora estou esperando para ver qual o novo biológico que o meu médico irá passar.
Primeiro vamos entender o que são medicamentos biológicos.
De acordo com a Associação da Indústria Farmacêutica e Pesquisa, medicamentos biológicos são medicamentos produzidos por biossíntese em células vivas, ao contrário dos sintéticos, que são produzidos por síntese química.
Assim, a química orgânica dá lugar à biologia molecular e aos processos biotecnológicos. Sob o ponto de vista industrial, a maioria dos produtos farmacêuticos biológicos são produzidos em cultura de células geneticamente modificadas.
Além das diferenças quanto à origem (biológica ou sintética), os medicamentos biológicos diferem dos sintéticos em muitos aspectos. Os medicamentos sintéticos tradicionais são, em geral, pequenas moléculas, constituídas de algumas dezenas ou poucas centenas de átomos e têm estrutura química bem conhecida. São moléculas estáveis e, dada sua natureza, podem ser replicadas de forma idêntica.
Os medicamentos biológicos são formados por moléculas grandes, complexas e constituídas de milhares de átomos. São em geral instáveis e suscetíveis a alterações quando submetidas ainda que a pequenas variações das condições de conservação e armazenamento. Raramente estão disponíveis para uso oral, pois são inativados pelas enzimas digestivas, e, por isso, necessitam ser administrados por via injetável ou por inalação.
De forma mais resumida, de acordo com a Revista Abril, a substância ativa de um medicamento biológico é feita por, ou derivada de, um organismo vivo, como uma bactéria ou uma levedura (um tipo de fungo unicelular).
Ele pode ainda ser obtido de uma fonte biológica, como um tecido ou sangue, de onde são extraídos compostos que agem como medicamentos.
Diferentemente de um remédio sintético, que é produzido por síntese química em processos controlados, o remédio biológico tem um processo bem mais complexo, que pode envolver etapas de recombinação genética
Como agem os medicamentos biológicos?
Em um artigo publicado no site da Clínica Goldenberg (clínica reumatológica), informa que os biológicos atualmente disponíveis agem como inibidores dos receptores das citocinas IL-1 e TNF, sendo produzidas por muitas das células do organismo que estimulam outras células do sistema imunológico. Na artrite reumatoide, por exemplo, o TNF ou IL-1 agem como “gasolina” na articulação, aumentando o “incêndio” ou seja , amplificando a resposta inflamatória. Logo, a terapia biológica visa romper a cadeia inflamatória, atuando especificamente em algum elo que participa desta corrente, rompendo o mesmo, permitindo controlar os sintomas inflamatórios articulares, diminuindo rapidamente os seus sintomas e inibindo a destruição articular (observadas no Raio X e ressonância magnética com reversão e melhora dos danos em muitos casos).
Atualmente, três agentes biológicos, com ação inibitória do fator de necrose tumoral (TNF), foram aprovados pelo FDA e ANVISA para o tratamento da artrite reumatóide. São eles o infliximabe, etanercept e adalimumabe.
A eficácia dos três agentes biológicos tem sido bem estabelecida em pacientes com artrite reumatóide e desde sua introdução, o padrão ouro de tratamento para artrite reumatoide é a combinação do uso de metotrexate com um dos agentes biológicos.